Páginas

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nunca sair de casa de pijama!

Meu filho mais novo está com quatorze anos e daqui a pouco vai começar a fazer festa. Portanto, já estou me preparando para ser motorista dele, assim como fui do meu filho mais velho até que ele tivesse idade para dirigir.
Uma das coisas que aprendi durante essa minha experiência, foi de que jamais devemos buscar um filho, ainda que seja tarde da noite ou de madrugada, usando pijama.
Quando meu filho mais velho tinha uns dezessete anos, aconteceu um incidente que para nós adultos pode até parecer uma bobagem, mas para um adolescente...
Certo dia ele e a namorada foram a um shopping e lá eles se encontraram com alguns amigos. Na volta, o combinado era que os dois voltariam do local de táxi ou de carona. Só que houve um problema com relação a isso e então recebi um telefonema para que fosse buscá-los.
Eu havia acabado de sair do banho e estava usando aquele pijama preferido com bichinhos e muito colorido. Pensei: qual o problema em eu ir vestida deste jeito? Não vou precisar descer do carro mesmo...
Chegando ao estacionamento do shopping, estacionei e liguei para ele dizendo que estava esperando no carro porque estava usando pijama.
Percebi que quando fiz referência a minha roupa ele não gostou muito, mas...
Fiquei então esperando dentro do carro por muito tempo e imaginando a cena de ter que validar o tíquete no caixa do shopping vestida daquela maneira, caso houvesse algum desencontro.
Quando ele chegou, estava sozinho e nervoso, olhou para minha roupa e disse:
- Não fala com ninguém, só dirige.
Foi aí que percebi que eu não havia ido buscar apenas os dois. Eles eram cinco ao todo e eu nem conhecia todos eles.
Fiz o que ele pediu porque, realmente, eu senti que havia exagerado. Afinal durante a adolescência o que menos queremos é passar vergonha, ainda mais com uma mãe que parecia uma maluca.
Ele acabou escolhendo o amigo certo para sentar ao meu lado no carro - um aquariano que eu acho que nem percebeu minha roupa diferente e se percebeu, não deu a menor importância.
O caminho todo fui dirigindo bem quietinha e arrependida de ter tido preguiça de trocar a roupa. Lembrei de quando era adolescente e tudo era motivo para constrangimento.
Aliás, a segunda lição que aprendi durante esse período, foi saber que a maneira mais eficaz de nos aproximarmos de um adolescente e ganharmos a confiança dele é nos reportarmos a nossa própria adolescência. Tentarmos entendê-lo com olhos de adolescente, sem tantas críticas e com mais compreensão, tendo em mente que essa é uma fase transitória e quanto maior o amor recebido, mais tranqüila ela transcorrerá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário