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domingo, 24 de outubro de 2010

Nus

Estava numa festa conversando com um grupo de amigos quando em determinado momento alguém fez um comentário sobre uma pessoa conhecida da maioria (e ausente, claro!) que havia criado um blog onde publicava poesias. Um outro do grupo que também conhecia o blog começou então, junto com a pessoa que havia feito o primeiro comentário, a narrar quase chorando de tanto rir, as tais poesias. Resultado: uma 'catarse de risos em grupo', induzida pelas tais produções literárias.
Eu, inicialmente, até ri, mas logo em seguida percebi que não era tão engraçado assim. Talvez meu lado crítico não esteja tão ativo assim e acabo respeitando as 'loucuras' dos outros esperando que as minhas também sejam respeitadas.
Acho que aquelas poesias não funcionaram para aquele grupo como o autor gostaria, mas que de alguma forma cumpriram um papel interessante, não tenho dúvida. Afinal, rir é sempre tão bom...
Claro que se eu fosse o poeta e as pessoas rissem das minhas produções, seria algo complicado. A intenção de quem trabalha com poesia daquele tipo é realmente mover a sensibilidade e não o riso das pessoas e se o autor soubesse do ocorrido iria se sentir péssimo.
Penso que quando nos expomos produzindo algum texto e o tornamos público, seja através de blog ou de outro veículo qualquer, temos que estar bem preparados para recebermos o resultado do trabalho. Ele pode vir através de uma contribuição, de uma crítica construtiva ou também destrutiva, de um elogio ou através de uma outra reação completamente inesperada para nós.
Uma coisa tenho aprendido através desse blog: ser completamente fiel ao que penso no exato momento que publico. Amanhã, até posso rever o que produzi e desdizer ou complementar o texto, mas quando faço a postagem preciso sentir que me respeitei integralmente. Quanto as consequências das publicações, temos mesmo que avaliar quando muito polêmicas, mas se tivermos coragem e convicção podemos avançar até mesmo diante desse tipo de tema.
Nesse caso narrado, provavelmente o autor nunca venha a saber do ocorrido. Mas é um bom exemplo do que pode acontecer com qualquer um de nós, que ao nos 'despirmos' diante do teclado do computador, corremos todos os riscos. Mas mesmo assim, acho que devemos estar nus e se não for dessa forma, é melhor engavetarmos nossos trabalhos.

2 comentários:

  1. Oi! Acho que tudo é válido. Assim como a vila carente de hoje será o bairro de classe média amanhã, o tímido blogueiro que se arrisca nos primeiros passos aprenderá muito com a atividade e poderá se tornar o escritor de amanhã. Expor-se é ter coragem para crescer. As pessoas que riram da poeta talvez quisessem fazer algo parecido, mas estarão prontas? Abç!

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  2. Acertou em cheio! Uma dessas pessoas que riu confessou, em outro momento, não ter coragem de ter um blog porque não conseguiria se expor. Fui eu mesma que sugeri, depois dela ter visitado o meu.
    Abraço.

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