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sábado, 10 de setembro de 2016

Inglês, parte 3 - final do curso


Agora, faltam apenas uns 3 meses para eu acabar meu curso de Inglês.
 
Minha maior dificuldade ainda é entender o que as pessoas falam - já ouvi professores comentarem que esta etapa é realmente a mais difícil.
 
Geralmente consigo me expressar na sala de aula, com alguma dificuldade e muitas vezes pedindo ajuda com relação a palavras que não lembro ou que não conheço o que não impede a comunicação e expressão do que eu quero dizer.
 
Tenho apenas 1 dia de aula por semana com horários seguidos, 4 horas de aula sem interrupção - das 9 até às 13h.
 
No período que a aula é mais informal, acabo chamando atenção por algum motivo, muitas vezes sem querer: um dia eu cheguei na aula com 2 óculos pendurados na minha camiseta e a professora perguntou o porquê disso, tive que explicar; outro dia teve uma brincadeira e eu tive que me 'candidatar ao Big Brother Brasil' - disse nessa ‘entrevista’ que tinha 95 anos, tinha feito 30 cirurgias plásticas e que namorava um artista famoso - claro que 'ganhei dos meus colegas na seleção final'!
 
Sem falar quando abordo os temas de forma polêmica, como no dia que o assunto era Prostituição – eu disse que respeito os Profissionais do Sexo, mas não concordo com as pessoas que mantém relacionamentos onde existe prostituição de forma velada e normalmente aceita pela sociedade - geralmente relacionamentos baseados apenas em interesse social e econômico.
 
Em geral, essas relações são entre pessoas jovens e idosas e na ocasião até citei o caso de uma Senhora bela, recatada e do lar...
 
Às vezes tudo isso é até engraçado, mas muitas vezes me obriga a falar mais e eu continuo tendo um pouco de vergonha nesses momentos.
 
Então, ontem resolvi fazer diferente quando a professora perguntou se havia alguém esquisito em nossas famílias...
 
Minha vontade era de dizer que sim! Eu!
 
Como sempre, faria todo mundo rir e teria que dar muitas explicações, mas como eu já estava muito cansada, era minha última meia hora de aula e estava morrendo de fome, fiquei calada.
 
Meus colegas que também deviam estar tão cansados quanto eu, não falavam muito.
 
Até que nos últimos 5 minutos  uma colega acabou falando algo muito pessoal, importante e até pediu, que mantivéssemos em segredo.
 
Depois dela, outra colega também fez uma revelação bem importante e por final um outro colega também falou algo que nos deixou muito perplexos!
 
Eu fiquei só ouvindo e pensando: nossa aula se transformou numa terapia de grupo!
 
Se nós tivéssemos mais tempo de aula, com certeza teria sido muito produtivo aquele momento - além de funcionar como uma espécie de terapia informal, nós ainda treinaríamos nosso inglês...
 
Saí de lá com a certeza de que as pessoas estão muito carentes e com muita necessidade de serem ouvidas e querendo muitas vezes ouvir o que os outros pensam a respeito dos seus problemas mais sérios, talvez até em busca de soluções para assuntos que elas não estão conseguindo resolver sozinhas.