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sábado, 25 de setembro de 2010

O Chamado do Xamanismo

Há alguns anos encontrei, ou talvez tenha reencontrado, uma pessoa linda que eu amo muito e que, embora de outra geração, ficou muito próximo de mim. Um dia ele me disse que gostaria que eu fosse sua tia “oficialmente” e que por isso, queria que eu me tornasse sua madrinha. Achei que ele estava brincando, mas gostei muito da idéia. Passado algum tempo, descobri que não era apenas uma brincadeira, ele queria realmente que de alguma forma ficássemos mais próximos. Conversamos muito sobre o ritual que seria escolhido para celebrarmos esse momento que seria muito especial tanto para mim quanto para ele. Pensamos e passamos por quase todas as religiões e chegamos juntos ao mesmo lugar – queríamos que fosse através de uma Cerimônia Xamânica, tendo a natureza como parte integrante e testemunha do evento.
Surgiu então uma outra dúvida, onde seria o ritual e quem seria o Xamã? O Universo então nos encaminhou à mesma pessoa sem que houvéssemos combinado. Eu cheguei até ele através do meu professor de bateria, que já o conhecia, e meu afilhado-sobrinho, teve a indicação dada por uma amiga. Acho que foi nesse momento que a magia começou a se concretizar. Fiz então contato com o Xamã e marcamos uma hora para conversarmos. Fomos os dois ao local combinado para o encontro, e tivemos então uma conversa tranquila e sem muitas respostas objetivas... Mas como objetividade não era o que estávamos buscando, embarcamos totalmente nessa viagem maravilhosa.
Chegado o dia do ritual, havia sol e a temperatura estava amena – viajamos até o local e a sensação que guardo, quando lembro dessa ocasião, é de muita paz e harmonia.
Quanto à cerimônia, foi, com certeza, uma das experiências mais belas que já vivi neste planeta. Estavam lá, além de nós dois, pessoas das nossas famílias que acabaram entrando no mesmo clima. A mãe do meu afilhado fez, em certo momento, uma fala linda e emocionante.
No final, seguimos uma trilha na mata fechada e parecia que éramos os pioneiros naquele local, tamanha a dificuldade de passarmos pela vegetação. Depois de muito tempo caminhando por aquele cenário de beleza natural, chegamos até o último local da cerimônia onde havia uma cachoeira maravilhosa. No primeiro momento ficamos sem fala diante da beleza daquele local... A água estava extremamente gelada, mas é claro que esse componente não nos impediu de realizarmos a cerimônia. Entramos na água e lavamos nossas almas...
Não posso esquecer de um personagem que foi fundamental naquele dia: um gato lindíssimo, extremamente manso, que parecia na verdade um cachorrinho. Ele ficou conosco durante todo o tempo e só nos "abandonou" quando iniciamos a nossa caminhada em direção a cachoeira e passamos por um trecho no qual, segundo o Xamã, havia um portal. Foi incrível vê-lo ali sentado, como se houvesse uma grade invisível que não permitia a sua passagem.
Para finalizar, lembrei de uma das falas do Xamã quando ele disse que sempre que precisássemos de ajuda que recorrêssemos à natureza e nos reconectássemos a ela. Percebo o quanto faz falta esse tipo de contato e o quanto seria bom para nossa saúde física, mental, emocional e espiritual.

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