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sábado, 14 de agosto de 2010

É vagina e ponto!

Falando com uma pessoa, lembrei de uma reunião que participei no colégio dos meus filhos, há mais ou menos seis ou sete anos atrás. Vale a pena contar aqui porque o problema é, com certeza, recorrente.
Durante a reunião, houve um questionamento por parte de uma mãe sobre a abordagem da professora com relação a denominação do orgão sexual feminino.
A professora, contou então, que ao conversar com os alunos sobre o assunto, ouviu de algum aluno ou aluna a palavra "perereca". A partir disso ela resolveu explicar o que era uma perereca e esclareceu sobre a verdadeira denominação.
Percebi, na ocasião, que alguns pais e mães não gostaram da explicação dada e acho que queriam mesmo é que esse assunto sequer fosse tratado.
Fiquei irritada pelo nível da discussão e ainda mais por se tratar de um grupo de pessoas classe média e provavelmente bem informada, onde a maioria teve oportunidade de cursar alguma faculdade.
Tive vontade de gritar para aqueles pais - é vagina e ponto!
Qual é o problema?
Acho que o problema é o distanciamento que muitos preferem manter em suas casas, com suas famílias, quando o assunto é sexo.
Ao usarem termos pejorativos, como "perereca", esse distanciamento fica um pouco garantido até porque é possível fazer piada e causar risos. E enquanto todos riem, provavelmente não haja nenhum tipo de questionamento.
Me surgem duas perguntas inevitáveis - Qual é a qualidade da vida sexual de pais que agem dessa forma? E o que acontece com crianças que tem pais problemáticos como esses?
Acho que mesmo que na escola exista um bom preparo de professores e educadores em geral, se não houver correspondência comportamental em casa, de quase nada adiantará.

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