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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Alterações no Bolsa-Família... E Planejamento Familiar?

As modificações no Programa Bolsa-Família:
- hoje, ao abandonar o Programa, o beneficiário tem que fazer novo cadastro e com as alterações não será mais necessário, poderá voltar automaticamente;
- hoje, gestantes não são beneficiadas, com a alteração passarão a ganhar o benefício;
- hoje as mães recebem o valor de R$ 32,00 por filho, com a modificação passarão a receber o benefício dobrado, ou seja, além dos R$ 32,00 do novo filho receberão mais R$ 32,00 durante seis meses, enquanto estiverem amamentando.
- o nº máximo de crianças, que hoje é três por casa, passará para cinco;
- cada família poderá ainda receber dois benefícios de R$ 38,00 por adolescente na faixa de 16 e 17 anos.

Lendo esses dados, sem pensar em ideologia, posicionamento político-partidário ou qualquer outra coisa que não seja a razão fica impossível imaginar sequer a possibilidade de que essa ação do Governo Federal não vá resultar em estímulo imediato ao aumento da natalidade nas famílias de baixa renda!
Considerando que o aumento do valor dos benefícios pode chegar a R$ 306,00 mensais, não precisamos falar muito. Imagine o que significa um valor desses para uma mãe, que sozinha, precisa sustentar seus filhos (sabemos que a presença efetiva dos pais está cada vez mais rara). Imaginem o que significa, para essas pessoas, a possibilidade de uma arrecadação mensal garantida nesse valor!

Essas ações fazem parte do Plano Brasil sem Miséria e o que eu não entendo ou prefiro pensar que não, é por que temos que criar mais miséria (através do aumento de natalidade dentro da faixa da população mais pobre) para, após isso, combatê-la (ou fazermos de conta que estamos combatendo)?
Por mais que eu tente não consigo não pensar que essa ação tenha um caráter demagógico com fins eleitoreiros...
Qual outra explicação pode haver?
É inevitável outro questionamento: Planejamento Familiar seria o caminho político mais coerente e eficaz para combatermos a miséria em todos os âmbitos e obtermos resultados efetivos. Só que existe um detalhe: o resultado de uma ação desse tipo, somente iria dar créditos aos próximos governos e isso, geralmente, não é o objetivo do governo que está no poder.
E para finalizar, reafirmo o que há muito tempo venho dizendo: não sou contra uma ação enérgica contra miséria, mas penso que se apenas agirmos de um modo demagógico e imediatista, jamais iremos ter resultados realmente positivos.

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