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sábado, 16 de julho de 2011

Ponto Final

Nunca tive facilidade para terminar relacionamentos de amizades, amorosos ou profissionais.
Lembro pelo menos dois finais que não acabaram muito bem...

O primeiro foi com um namorado - achei que tinha conseguido terminar dizendo que estava sem tempo para os encontros.
Um tempo depois, ele me ligou dizendo que precisa muito me ver. Respondi que não podia, estava sem tempo...
Ele então, insistiu dizendo que precisava muito falar comigo, era muito importante e tinha uma certa urgência.
Cheguei ao ponto de pensar que ele estava com uma doença incurável e que precisava de apoio.
Fui ao seu encontro e após muita conversa inútil, ele me disse que tinha conhecido uma pessoa e que iria morar com ela.
Fiquei muito surpresa e surpreendentemente triste.
Embora não tenha dito nada, ele deve ter percebido o meu desapontamento e tenha adorado a minha reação.
Quando nos despedimos daquele breve encontro, ele tentou me beijar na boca. Fiquei extremamente braba, sem entender direito o que estava acontecendo e o questionei sobre sua atitude.
Ele, estava definitivamente satisfeito.
Depois que saí do local, caiu a ficha e me senti uma boba, por ter, por alguns segundos, pensado que ainda gostava dele.
Me refiz e percebi claramentete o que havia acontecido.

O segundo final foi de um relacionamento profissional.
Mais uma vez a ideia do final era minha...
Nesse caso, tive que expor a minha decisão de forma objetiva e para minha surpresa, a reação do profissional foi muito pior do que eu imaginava.
E quanto mais ele insistia em me convencer do contrário, mais eu percebia que tinha que por um ponto final na relação.
No dia marcado para oficializarmos nosso rompimento, eu estava surpreendentemente bem.
Conversamos e durante a conversa me mantive tranquila, aliviada e muito segura do que estava fazendo. Combinamos que ligaria para dar notícias e precisei reafirmar isso algumas vezes.
Tolerei a insistência e achei que tudo estava indo bem quando no final, ao nos despedirmos, tive uma surpresa um pouco desagradável...
Ao nos abraçarmos, percebi que o tempo de duração do abraço estava se excedendo ao que seria o normal numa situação dessas e quando comecei a me sentir desconfortável, percebi os soluços.
Ele estava chorando... Quase morri!
Tentei ajudar dizendo que tudo ficaria bem e que se precisasse de mim poderia ligar.
Saí de lá preocupada com a inversão que havia se dado nos papéis, afinal eu que, teoricamente, deveria ter sido amparada.
Soube, tempos depois, que ele estava passando por momentos difíceis.

Resolvi reviver esses dois momentos porque estou num momento semelhante: devo acabar com um relacionamento profissional que já vem se arrastando há muito tempo e me causa muito mal.
Mas como essa relação teve seus momentos de glória, está sendo difícil assumir essa atitude.
Desta vez, espero conduzir melhor a situação.

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